Para não dizer que despoetei, eu me empoeto de novo,
na graça e inspiração do eterno poeta-menino
desencantador de passarinho, com as devidas reverências.
Menino tem parte com passarinho.
No tocante das asas,
Na vida desengaiolada.
Poeta margeia menino,
De improviso ou de cor,
Nas palavras entortadas,
No faz-de-contas da arte.
Menino evapora nuvem
E chove passarinho desalado.
Poeta voa menino,
Desabrocha flor
E desencanta passarinho.
Sabiá? Sabia nada!
De poeta e passarinho,
De menino crescido, perdido
Na volta do caminho.
Bem-te-vi? Viu nada!
Nem poeta, nem menino
Travestidos de passarinho.
Juriti? Juro-te!
Eu bem te vi cortejar o beija-flor.
Ou seria um morcego mangador?