BOIADA
A saudade é uma boiada
Ajuntada boi a boi,
Ruminando na invernada
O capim que já se foi.
Boiada sem boiadeiro,
Sem rumo, sem direção,
Que invade, por inteiro,
O curral do coração.
Sem querer vou ruminando,
Desta vida, o meu capim
E o capim se transformando
Em pranto, dentro mim.
Eu abro então a porteira
Dos olhos em cerração,
Faço sair de carreira
Boi a boi, numa explosão.