Com minha viola calada num canto,
Eu vivo no pranto da recordação
Dos tempos felizes, na noite a cantar
Ao som da viola, saudando o luar.

Viola parceira nas noites de outrora,
Quando na aurora o som da canção
Vinha anunciar com o amanhecer
Mais um novo dia feliz prá viver.

- Viola velha, amiga do peito,
Vê se dá um jeito nesta solidão,
Trazendo de volta no teu ponteado
A doce vida lá do meu sertão.

Sempre unidos a sorte seguindo,  
Prá vida sorrindo na nossa canção.
Passou-se o tempo trazendo a saudade,
Levando a alegria e a felicidade.

Hoje eu vivo triste, quieto e calado,
Num canto jogado na desilusão,
Pois minha viola preciso tocar
Prá ser novamente feliz e Cantar.

- Viola velha, amiga do peito,
Vê se dá um jeito nesta solidão,
Trazendo de volta no teu ponteado
A doce vida lá do meu sertão.

Com muito esforço posso levantar,
Mas tento mudar os meus passos em vão,
Minhas mãos tremulam com ansiedade,
Chorando eu volto à triste realidade.

Sei que estou velho e bastante doente,
Cansado e carente nesta solidão,
Que já não consigo nem mesmo andar
E a minha viola jamais vou tocar.

- Viola velha, amiga do peito,
Já que não tem jeito esta solidão,
Eu vou te levar na minha viagem
Junto comigo no mesmo caixão.