De manhazinha,
Quando o dia se levanta
Do poleiro o galo canta
Anunciando o amanhecer.
A passarada
Lá na mata fanfarreia,
Bate as asas e gorjeia
Para o dia agradecer.
Lá no riacho,
Corre alegre a natureza,
Refletida na beleza
De um novo despertar.
As borboletas
Num vai-e-vem de multicores
Competindo com as flores
Na beleza a irradiar
E vai-se o dia,
Cai a tarde no horizonte,
Deita o sol atrás do monte
Nos seus raios a dourar.
A brisa mansa
Varre o dia da baixada,
Eu recolho a minha enxada
Vou pra casa descansar.
Com as estrelas
Vagalumes se misturam,
Das montanhas que emolduram
Surge a lua a me espiar.
Pego a viola
Que ponteia em oração,
Pro luar deste sertão
Nunca, nunca se acabar.